Carta precatória: o que é, tipos, prazos e como funciona

2 de abril de 2025
carta precatória
Sumário

Você já ouviu falar em carta precatória e ficou em dúvida sobre o que exatamente ela representa no sistema judicial? Aqui, vamos explicar como funciona esse instrumento jurídico que garante a cooperação entre juízes de diferentes regiões e assegura o cumprimento de decisões judiciais em todo o território nacional.

Entenda o que é a carta precatória, seus tipos, prazos e como ela é utilizada. Também falamos sobre como ela se diferencia do precatório e trazemos informações úteis sobre cessão de crédito judicial.

O que é carta precatória?

A carta precatória é um documento jurídico utilizado por juízes que visa cumprir o requerimento de uma ordem judicial por um tribunal de outra jurisdição. Esse recurso é fundamental quando uma sentença precisa ser executada fora da área de atuação do juiz que a emitiu.

Definição e finalidade

O sistema judiciário brasileiro é organizado por jurisdições, áreas geográficas onde um tribunal tem competência para atuar. Dentro desse território, ele pode tomar decisões e exercer atos processuais.

No entanto, quando é preciso realizar um ato fora dele, o juiz emite uma carta precatória para o juízo de outra jurisdição, pedindo que este pratique o ato necessário.

Nesse contexto, a carta precatória é um instrumento que serve para viabilizar o cumprimento de atos processuais em regiões de diferentes comarcas ou jurisdições.

Diferença entre carta precatória e precatório

Embora tenham nomes semelhantes, precatório e carta precatória possuem significados distintos. A carta precatória é um documento jurídico utilizado para o cumprimento de uma ordem judicial em uma região fora da área de atuação do juiz que o emitiu.

Já o precatório é uma requisição de pagamento de dívida que um ente federal, estadual ou municipal tem com uma pessoa física ou jurídica. Trata-se de uma ordem judicial emitida quando o ente público é condenado a pagar um valor após todos os recursos serem esgotados. Serve, portanto, como uma garantia de que o credor receberá os valores devidos.

Saiba mais no nosso artigo: O que é precatório?

Como funciona a carta precatória?

Se um juiz de Minas Gerais determinar uma ação que necessite ser realizada em outro estado, como São Paulo, ele pode enviar uma carta precatória para que o juiz da outra jurisdição consiga seguir com o cumprimento do processo.

Esse é um meio legal de garantir o cumprimento de decisões judiciais mesmo se as partes envolvidas estiverem em locais distintos. Portanto, o processo se torna mais ágil e eficiente.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também criou sistemas como o malote digital, que tem como objetivo facilitar a troca de cartas precatórias por meio da informatização dos processos judiciais.

Processo de envio e cumprimento

O envio da carta precatória segue etapas bem definidas, que são:

Emissão — o juiz que faz o pedido emite a carta e descreve com clareza a diligência a ser realizada pelo juiz que recebe o pedido;

Despacho — o juiz destinatário, ao receber a carta, faz o despacho de execução;

Cumprimento — ao realizar a diligência, o juiz destinatário devolve a carta ao juiz remetente, comprovando o cumprimento do pedido.

Meios de envio

carta precatória 1

O artigo 263 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece o envio das cartas precatórias por meio eletrônico como meio preferencial. Elas devem ter a assinatura digital do juiz e conter os requisitos legais estabelecidos pelo artigo 250, visando confirmar sua autenticidade e validade jurídica.

Quais os tipos de carta precatória?

A carta precatória pode variar de acordo com a natureza do processo. Cada tipo tem um objetivo e segue regulamentações específicas, conforme contexto. A seguir, entenda os principais tipos.

Carta precatória cível

Prevista nos artigos 260 e 268 do Código de Processo Civil (CPC), a carta precatória permite que um juiz de uma comarca solicite a outro juiz de determinada jurisdição o cumprimento de diligências ao longo de um processo.

A carta cível pode ser utilizada para cobranças, ações de execução e direitos de propriedade. Além disso, quando ela é expedida de forma eletrônica, é importante que o juiz responsável realize a assinatura digital, seguindo o artigo 250 do CPC. Esse processo torna a tramitação mais ágil e segura.

Veja também: Assinatura digital na negociação do precatório

Carta precatória criminal

A carta precatória criminal garante a comunicação entre comarcas criminais para o cumprimento de atos processuais, de acordo com o estabelecido pelo Código de Processo Penal (CPP).

Os juízes podem utilizar a carta criminal em casos de intimações de testemunhas, interrogatórios ou buscas e apreensões em outro estado ou cidade.

O que deve conter na carta precatória?

A carta precatória se torna válida quando apresenta alguns elementos essenciais, como:

  • Identificação dos tribunais e juízes envolvidos no processo — na carta deve constar o nome e a identificação do juiz remetente e do juiz destinatário;
  • Referência do processo principal — o número do processo é informado e, quando aplicável, qualificam-se as partes;
  • Exposição dos fatos e fundamentação jurídica — são explicadas as motivações que justificam o ato processual fora da jurisdição, com base na legislação vigente e nos fatos do processo;
  • Descrição clara do ato processual requerido — definição do ato que se pretende realizar, como diligência, cobranças e ações de execução. Se for o caso, também são descritos os prazos e as condições para o seu cumprimento;
  • Assinatura e autenticidade — a carta precatória deverá ser assinada pelo juiz remetente e validada com autenticação ou uso de selo oficial, conforme normas do tribunal. 

Qual o prazo para cumprimento?

Não há um prazo fixo para o cumprimento da carta precatória, mas é necessário que o juiz estabeleça uma data.

O artigo 222 do CPP e o artigo 261 do CPC determinam que o prazo seja adequado à natureza da solicitação, podendo chegar até 10 dias, no máximo. Passado esse período, o cumprimento da ordem deverá ser devolvido e juntado aos autos do processo.

O que acontece depois da carta precatória?

Após o envio da carta precatória, o juiz designa um oficial de justiça para cumprir os atos processuais solicitados por ele. Então, o juízo destinatário é responsável pela execução do ato. Ele registra o cumprimento das tarefas até a sua conclusão. Com tudo pronto, a carta é devolvida ao juiz de origem com o relatório do cumprimento.

Estando nas mãos do juízo de origem, as informações e os resultados obtidos são incorporados ao processo. Assim, garantem continuidade do caso e a cooperação entre as diferentes comarcas.

Como acompanhar o andamento?

Vale lembrar que, com o precatório eletrônico, o credor pode acompanhar o andamento do seu processo de maneira simples e sem sair de casa. Também é possível acessar a situação da carta precatória no site do Processo Judicial Eletrônico.

No entanto, é importante saber que essa consulta não é permitida para processos em segredo de justiça. Diante disso, é necessário buscar informações com a vara de precatórias.

Como a carta precatória coopera entre juízes de diferentes comarcas?

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, a carta precatória é essencial para a efetividade das decisões judiciais. Ela garante que processos não fiquem paralisados por questões geográficas, promovendo a cooperação entre magistrados e a integração do sistema judiciário como um todo.

No entanto, processos na justiça, principalmente para o pagamento de precatórios, costumam seguir por muitos anos, mesmo com toda a informatização dos processos.

Isso acontece porque há uma fila a ser seguida e, muitas vezes, o ente público pode não ter o recurso para liberação imediata, postergando as negociações. É por esse motivo que milhares de brasileiros estão optando pela cessão de ativos e de crédito.

Por que antecipar o pagamento de precatórios e como fazer?

carta precatória

A antecipação de créditos judiciais é uma alternativa cada vez mais utilizada por credores que desejam antecipar o recebimento de valores relacionados aos precatórios. Com a PJUS, você tem uma negociação rápida e tranquila, recebendo o valor ao qual tem direito em um dia útil após a assinatura de contrato.

A cessão de crédito pode representar um alívio financeiro e uma oportunidade para quem está esperando há anos por um valor de precatório. É a solução ideal para acessar seu dinheiro com rapidez e tranquilidade.

Conte com a parceria da PJUS para antecipar seu precatório

A carta precatória é um instrumento essencial para garantir a continuidade dos processos judiciais, mesmo quando as partes envolvidas estão em comarcas diferentes. Conhecer seu funcionamento, prazos e tipos permite que advogados, partes e interessados compreendam melhor os trâmites processuais e saibam como acompanhar seu andamento.

No entanto, se você perceber que o processo está demorando muito, a cessão de crédito surge como alternativa prática e segura, permitindo transformar um ativo judicial em dinheiro imediato para quitar suas dívidas ou investir.
Quer dar esse passo agora? Consulte os especialistas PJUS para antecipar seu precatório e realize seus sonhos!

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus amigos:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress

Escaneie o QR Code para abrir o
WhatsApp no seu celular:

Ou inicie seu atendimento agora: